quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Janela


Lá da Janela



















Eu saio de casa e seus olhos logo me adoram. Estranhamente os meus olhos também adoram os teus.

Por que será?

Por alguns instantes chego até a acreditar
Que por trás do teu olhar
Seja lá o que há
Sabe bem o que pensar
Tanto quanto desejar
E parece adivinhar
O que se esconde em meu olhar.

Mas depois logo vou embora e já nem sei se ainda me olha.

E depois?

E depois é sempre o mesmo.
Você com seus desejos
Eu com os meus medos
Não sei o que pareço
E só faço contar nos dedos
Todos os meus defeitos
Ao passo que imagino uma forma ou um jeito
Para não acabar de qualquer jeito.

Ainda assim é uma perseguição só. Algo como o início de uma sutil e doentia obsessão.

E agora?

Domina o meu sono
Se intromete em meu sonho
Não evito e me assanho
E isso não sai nem com um banho

Seria isso maldade?
Uma questão de idade?
Um sentimento que me invade
Que nem sei se é verdade
Pode ser até bobagem
Ou uma pura sacanagem.

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