quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Janela


Lá da Janela



















Eu saio de casa e seus olhos logo me adoram. Estranhamente os meus olhos também adoram os teus.

Por que será?

Por alguns instantes chego até a acreditar
Que por trás do teu olhar
Seja lá o que há
Sabe bem o que pensar
Tanto quanto desejar
E parece adivinhar
O que se esconde em meu olhar.

Mas depois logo vou embora e já nem sei se ainda me olha.

E depois?

E depois é sempre o mesmo.
Você com seus desejos
Eu com os meus medos
Não sei o que pareço
E só faço contar nos dedos
Todos os meus defeitos
Ao passo que imagino uma forma ou um jeito
Para não acabar de qualquer jeito.

Ainda assim é uma perseguição só. Algo como o início de uma sutil e doentia obsessão.

E agora?

Domina o meu sono
Se intromete em meu sonho
Não evito e me assanho
E isso não sai nem com um banho

Seria isso maldade?
Uma questão de idade?
Um sentimento que me invade
Que nem sei se é verdade
Pode ser até bobagem
Ou uma pura sacanagem.

A Loja




A Loja de Doces
(A Pequena Lojinha)


Passei pela loja só para te ver,
Mas tu nem se dá conta de mim.
Passo as noites pedindo para te esquecer,
Mas deixar de amar nunca é tão fácil assim.

Sua pele cor de leite
Salpicada de canela.
Me faz viajar no deleite,
Contemplar as paisagens mais belas.

Teus olhos parecem zombar dos meus
Que em êxtase se admiram pelos fios teus
Vermelho como fogo e ondulados como as ondas do mar
Me ninam ternamente no embalo que me faz amar.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Aparta-te



Aparta-te (Incompleto)
Aparta-te de mim!
Deixa-me amar como deve ser.
Não é justo que dentre os amantes eu deva amar menos.
porquanto isto,
aparta-te de mim!

Aparta-te de mim!
Deixa-me amá-la por ela mesma.
Deixa-me amar por puro amor, assim como estou.
porquanto isto,
aparta-te de mim!

Aparta-te de mim!
As estrelas, pois, estão cada vez mais belas e isto me faz pensar cada vez mais nela.
Quero poder aproveitar tudo isso com ela.
Porquanto isto,
aparta-te de mim! 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Coração de amante



Saudades-Brancas
Vejo-te passeando pelas ruas

Teus passos ecoam lembranças
e propagam o ar da nostalgia.

Teu inolvidável nome, remanescente,
martela em meus pensamentos

Entre amêndoas e onças,
és tu minha amada Mendonça.
Entre perdas, lembranças e tristezas
meu peito descarnado inflama em viva-chama.

Ele clama:
Lusitanas! Brancas flores lusitanas!
Rever o que agora se encontra longe como tu
É fazer pulular minha alma de Saudades-Brancas.

O anseio de meu tato
É novamente passear em teus vales.
Mergulhar minha língua... Novamente... Em tua saliva
seria como mergulhar ao por do sol...
e flutuar através dos horizontes dos mais belos e brandos mares.

Ah! Praias brancas.

Ah, minha vó! Perdi meu passarinho,
perdi minha flor.
Perdi o amor, o brilho, minh’alma,
perdi meu beija-flor...

Da tua terna inocência, frágil e constante
ao calvário da solidão e arrependimento.
Do esbanjar cornucopioso de teus sorrisos e amores
à escassez de meus vital alimento.
Perdi meu passarinho...